segunda-feira, 22 de junho de 2009

A FORÇA DO ENSINO A DISTÂNCIA

Estreitar os vínculos das empresas com a universidade
Historicamente, a universidade sempre foi o lugar responsável por cunhar os processos de busca do conhecimento. Entretanto, isso mudou. As empresas assumiram alguns dos papéis tradicionalmente desempenhados pela universidade. Enquanto centros de inovação e aperfeiçoamento, em permanente estado de mudança, sua prioridade é agilizar soluções para melhoria de seus processos. Por isso, facilitar acesso ao conhecimento para os seus funcionários e colaboradores passou a ser também sua responsabilidade.
Isso explica o sucesso do ensino corporativo. As empresa têm pressa, querem resultados. Assim, qualquer modelo de ensino que alcance um grande número de profissionais e permita capacitação e atualização com velocidade e facilidades (a qualquer hora e lugar) terá grande chance para tornar-se uma fórmula de sucesso.
Se a educação é o passe para ingresso ao mundo corporativo, abraçar um projeto que contemple novas tecnologias para a educação a distância deve ser parte da missão de toda instituição de ensino. Com visão crítica e compromissada com os métodos de produção do conhecimento, a universidade deve enfrentar o duplo desafio de se renovar a si própria, para poder renovar a sociedade, resgatando o espaço tomado pelas empresas e se tornando mais ágil e flexível.
Há iniciativas nessa direção. Os professores começam a inovar seus métodos de ensino, se apoiando em novas tecnologias. Equipes multidisciplinares são formadas. Já há consenso que o ideal é mesclar aulas presenciais e a distância.
O professor foi, é e continuará sendo, presencialmente ou a distância, o elemento fundamental do processo de ensino e aprendizagem, mas com uma importante diferença: ele já não é auto-suficiente. O que se devia exclusivamente ao seu talento, agora deve ser cuidadosamente planejado e implementado. Há menos espaço para improvisação. Filmes, áudios, textos, roteirização e gestual passam a fazer parte da produção de uma aula.
O desafio é manter a excelência em um processo não puramente presencial, que preserve a interatividade entre o professor e o aluno, seja eficaz em seus resultados e viável para a escola desenvolver. Economicamente, busca-se viabilizar programas de educação a distância que não demandem investimentos milionários e possam ser continuamente ajustados e aperfeiçoados.
A “nova maneira de aprender” recusa formatos maçantes de comunicação. É preciso ficar atento ao que o mundo corporativo desenvolveu na área de comunicação e selecionar o que constitui modalidade aplicável à construção de aulas presenciais ou a distância, dinâmicas e interessantes. Ou seja, o importante é estreitar os vínculos das empresas, que são ágeis, práticas e inovadoras, com a escola, que é especializada, criteriosa e rigorosa em seus métodos de investigação.
O futuro é promissor, sugerindo a convergência entre diferentes formas de aprendizagem. A ponto pode estar no uso de ferramentas comuns, as novas tecnologias, que, utilizadas com sabedoria, poderão aprimorar o processo de desenvolvimento da sociedade.

Fonte: Jornal A Gazeta Mercantil-SP – Seção:Opinião – pg A-3 – 18/10/2002, por Ofélia M.Guazzelli Charoux,, Coordenadora pedagógica dos cursos de pós-graduação da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP).

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